20 de abr. de 2009

Pra começar bem o dia


(Mensagem enviada da Lagoa da Conceição por Olsen Jr.)


Olá, camaradas, salve!

Não é que o velho viking esteja "fraquejando",

nessa manhã de céu nublado, passa um pouco das 07h

e da biblioteca continuo vendo o céu,

ouço também vindo ali da sala, o jazz roufenho de Chet Baker

enquanto aspiro o incenso Bharath Darshan (que substitui o Espiritual que sumiu do mercado)...

Procuro não pensar naqueles que amei, mas é inevitável...

Também nesses que amo, menos talvez, porque já os tenha...

Mas o amor não se mensura assim com os padrões comuns,

como a fita métrica, a trena, o peso, o custo...

Não se quantifica, não se aquilata, não se avalia...

Ou se sente ou não... Ou se tem ou não... Ou se percebe ou não...Ou se quer ou não...

A brisa seca e fria que me eriça a pele me mantém atento...

Penso no meu Clube que acaba de ser mais uma vez campeão...

Vejo a grandeza deos derrotados enaltecendo o fato e valarizando o feito...

Lembro quando criança e recortava um pano vermelho para pintar o escudo do meu clube...

Sim, e o meu pai observava tudo com a aquiescência de quem reconhece um aprendizado e se enxerga no aprendiz que um dia também foi...

Da primeira mulher que amei...

Dos sonhos de mudar o mundo esboroados no interesse de políticos sacanas...

Da insistência num ideal juvenil de construir algo melhor para os que nos secederão...

Nessa desdita infernal que não encontra limites na ganância e na ausência de escrúpulos do rebotalho no poder...

De uma luta que parece não ter fim e nem sentido nessa busca vencida constantemente pela vontade de "ter" em detrimento do "ser"...

E continuamos em frente, sempre, buscando, procurando, tentando...

Mesmo sabendo que tudo isso pode dar em nada...

Mas por que então, ficamos aí tentando sempre... Sempre tentando...

Por que, nós os predestinados, ainda acreditamos?

Digo predestinados porque nos imbuímos de uma missão que ninguém nos delegou, apenas para mostrar que dá para fazer diferente...

Pôrra! E se nada disso der certo, fica um exemplo a mais, por aí, de insubmissão, de talento desperdiçado, de alguém que disse que o rei estava pelado e assim ficou, o filho da mãe, inatingível pela decência, sim porque há muito destes, os inatingíveis pela decência...

Meus caros, o simples fato de saber que eles sabem que nós sabemos, é uma dádiva...

Os canalhas sabem (que nós sabemos) que são canalhas! Assim a glória deles é uma vigilância eterna para não serem descobertos na farsa...

E eu que só queria dar graças a vida... É isso...

Com a intérprete e cantora argentina, Mercedes Sosa no belo poema da chilena Violeta Parra...

é isso... Apenas isso... Mas não é só isso...


O carinho do viking, levemente enternecido nessa manhã, mas indignado como sempre!

Até!

2 comentários:

  1. Celso, camarada, salve!

    Foi só um desabafo de alguém que se descobre "leve' em uma manhã que não recomendava nada...

    Contente, mas não feliz, enfim...

    Da maneira como você postou (e ilustrou), dá vontade de continuar vivendo, acredito que era essa mesma, a mensagem...

    Meus cumprimentos e obrigado por essa compreenção, às vezez penso que o poeta sou eu... Mas agora, vendo o que você fez, acredito, há várias maneiras de se "ser" um poeta, a melhor delas, sem dúvida é essa empatia pela "dor" dos outros...

    Abração do viking!

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  2. Muito bom esse Olsen! Ainda não conheço a figura mas tenho ouvido muito falar!
    E realmente este poema foi demais! Traduz muito do que também sinto!
    Legal ler coisas boas, assim!
    Flora.(*_*)

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