3 de abr. de 2009

O futuro imediato pode ser nosso


Por Amílcar Neves

Assistindo à equipe do Avaí disputar a Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2009, agora em janeiro, ficou a impressão de que o futebol, em campo, é disputado por 11 jogadores de cada lado: 22 jogadores com duas pernas cada um, dois braços, um cérebro, 22 garotos com cabeça, tronco e membros em tudo semelhantes uns aos outros. Saudáveis, dispostos, bem treinados e empenhados em atingir um objetivo. Dos dois lados.

Vendo desta forma, a partida começa de fato em zero a zero. Não há nem mesmo um Pelé ou Garrincha (embora até eles continuem sendo um homem apenas, com cabeça, tronco, etc.) que, pelo nome e pela notória intimidade despudorada com a bola, poderiam fazer tremer a esquadra adversária. Na Copa São Paulo, nome de time não ganha jogo nem título. Pelo menos, não ganha antecipadamente, antes de terminarem a partida e o campeonato.

O Avaí caiu diante do Corinthians na semifinal do Pacaembu - caiu mas não perdeu para o campeão do torneio. O 1 a 1 de igual para igual, com supremacia azurra durante boa parte do jogo, levou a decisão para os pênaltis, quando nossos juniores acertaram a trave por três vezes; da parte deles, deixaram uma bola no travessão e o Renan - goleiro muito elogiado pela imprensa paulista - pegou uma das cobranças. O 3 a 2 nas penalidades levou o time da casa à final.

O Avaí da garotada lembrou a equipe de 2008 que encheu os olhos do torcedor com o futebol maravilhoso e alegre do Estadual passado e a eficiência que conquistou o acesso à Série A do Nacional deste ano. Não se deveria citar nomes em um espaço tão reduzido quanto o desta crônica: um nome citado aqui corresponde a pelo menos 12 ou 13 injustiças cometidas com os demais jogadores da equipe.

A verdade, porém, é que o júnior Marcos Paulo já havia entrado com personalidade e eficiência nas duas últimas rodadas do Campeonato Nacional de 2008, enquanto o garoto Medina deu outra vida ao ataque avaiano na partida em Ibirama contra o Atlético local, ainda no primeiro turno do Estadual deste ano.

Essa turma toda, desde que mantida em casa, dá à sua fiel e vibrante torcida a fundada esperança de que o Avaí terá um futuro brilhante neste e nos próximos anos. Basta cultivar o que foi plantado.


(Amilcar Neves é avaiano, escritor e autor, entre outros, do livro O Tempo de Eduardo Dias - Tragédia em 4 tempos, teatro, em coautoria com Francisco José Pereira. A crônica foi escrita para a Revista do Avaí, edição de fevereiro-março-2009. nº 3)

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