31 de dez. de 2008

Gaza: ato contra o massacre sexta-feira



O Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino realiza ato público sexta-feira (2 de janeiro de 2009) em protesto contra os bombardeios em Gaza, na Palestina ocupada. O evento acontece a partir das 14 horas. Os manifestantes vão percorrer as ruas centrais da cidade e se concentrar em frente ao ARS na rua Conselheiro Mafra.

Acompanhe as ações no Brasil, de apoio aos palestinos, pela Internet.

O apelo a paz nas fotos acima é do ator Anderson Luiz, feito hoje de manhã (31.12) na praça 15 de Novembro, Centro de Florianópolis. (Contatos com o ator: 48 3348 0148 e 48 9937 3879)



FILHOS DE QUEM?

Varsóvia ou Gaza?

- Gueto!

Raça superior ou Povo Escolhido?

- Nazista!

Judeu ou Palestino?

- Semita!

Câmara de gás ou míssil?

- Genocídio!

George Bush ou Ariel Sharon?

- Adolf Hitler!

Alá ou Jeová?

- Do mesmo parto,
da mesma dor
de uma só mãe
num só rancor.

- A mesma história,
a mesma história,
a mesma história:

Extermínio!

Raul Longo
(Jornalista. Reside em Sambaqui, Florianópolis-SC)

Medo de escrever

Litografia de Joaquim Margarida. Jornal "O Moleque".
(Desterro/Florianópolis. Dezembro de 1883)
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina.


Caríssimas e Especiais Amigas, Diletos e Fraternos Amigos,
Imagino algo mais ou menos assim para todos nós nesse ano que começa daqui a pouco, olhem: um estupendo 2009, cheio de letras e, se possível, de muitas cifras (que também não fazem mal a ninguém...). De coração, sinceramente,
Amilcar Neves.


Medo de escrever

Até o fim deste dezembro, sempre que te metes a escrever e publicar os teus textos corres dois riscos sérios e consideráveis. O primeiro é de não gostarem do teu trabalho, pela forma ou pelo conteúdo, e saírem te desancando o pau. Dizerem que não tens estilo nem elegância, que tuas idéias, opa!, tuas ideias são tortas e absurdas, que tua redação é prolixa e confusa a ponto de não se entender o que queres dizer.

O segundo risco que corres - cada vez mais uma certeza - é de não gostarem do teu trabalho pelas revelações que ali fazes, pelas verdades que lá dizes ou pelas suposições equivocadas que dele extraem e te lascarem processos judiciais exigindo indenizações por danos morais e à personalidade sofridos pelo queixoso e um antepassado seu, já finado, pouco importando quanto tempo haja passado desde os fatos documentados que narras.

Cada vez mais há juízes que acolhem tais ações e condenam, conforme o requerido, o autor da página vil, difamante, infamante.

A partir de janeiro, no entanto, um terceiro risco passa a assombrar tuas veleidades de escritor. Igualmente sério e considerável como os outros - que permanecem ativos! -, poderás ser indigitado em praça pública como um ser desprezível que se mete a escrever sem dominar minimamente seu instrumento de trabalho, a Língua Portuguesa. Já pensaste que vergonha?

A nova reforma ortográfica do idioma - mais uma - vai entrando em vigor durante quatro anos, a contar do dia 1o.

Aliás, se é para tirar os acentos, por que não suprimi-los todos de uma vez e ficarmos parecidos com o inglês, isto é, impossibilitados de pronunciar corretamente qualquer palavra que jamais tenhamos escutado?

Ademais, já que mexemos na língua, por que não obrigar o uso da regrinha básica que diz: "eu é a pessoa que fala, tu, com quem se fala e ele, de quem se fala"? Vale para os plurais, claro. Acaba-se assim com o terrível você vai e o pior ainda tu vai.

De minha parte, tremem-me as mãos pelo fato lastimável de não mais me ser permitido o emprego conseqüente do trema (este o último que me sai da pena - escrevo à mão), esse sinal tão nobre e distinto que nórdicos e franceses usam com imensa galhardia.

O medo de escrever que me toma o espírito agiganta-se precisamente com esta crônica, a sair com as datas de 31 de dezembro, quartafeira (ou esta grafia só pode ser usada na quinta-feira?), e 1o de janeiro.

(Amilcar Neves, escritor)

30 de dez. de 2008

Gaza: fotos das crianças assassinadas


"Camarada Celso,
Indico fotos pesadas sobre o assassinato de crianças - ver no site indicado. Sobre o frio, meu amigo, hoje tá nevando aqui, hehehehehehheh!!!!!!!!!!!! Feliz natal e 2009 pra vc e toda sua familia!! Abraços,
Fabio".
(París, França)

Fábio Macedo é nascido em Lages-SC, formado em História pela Udesc e faz mestrado na França. Ele acaba de criar um blog, indicado aqui na barra lateral. A foto mostrada acima é a menos chocante de todas. Sugiro prudência aos que se arriscarem a entrar na página para ver as demais imagens.

Novas imagens (dramáticas) de Gaza


Charge publicada no site http://www.maanimages.com/

É cada vez mais dramática a situação em Gaza (Palestina). Os bombardeios continuam. Falta água, energia elétrica. O sistema de coleta de esgotos está parado. Os hospitais lotados. A Folha de São Paulo mostra um soldado de Israel limpando o cano do canhão de seu carro de combate (tanque). No passado se diria que eles ensarilham as armas. Preparam a entrada por terra, o combate quarteirão por quarteirão, casa a casa. Abaixo uma seleção de sites com imagens da carnificina. Deixo avisado que muitas fotos são chocantes demais e não fazem parte de nenhum filme, mas apresentam fragmentos do que acontece em Gaza.

DICAS

Acompanhe os sites Stop the Wall e o International Middle East Media Center

Grupo Palestina Livre de fotógrafos. Apresenta fotos atuais do ataque israelense e mais antigas da ocupação, paisagens e a população local.

Fotos de Cristina Ruiz Cortina da Palestina ocupada.

O site http://search.news.yahoo.com reúne o material de diversas agências internacionais de notícias divulgado na rede.


O Palestinian Centre for Human Rights apresenta dois ensaios fotográficos e deve atualizar as imagens. O primeiro conjunto é chocante. O segundo é mais dramático ainda e pode magoar quem se arriscar a clicá-lo.


Gaza. Fonte: www.palestine-info.co.uk. Confira outras fotos no site.


Outras imagens representativas do que acontece em Gaza estão no site www.palestinechronicle.com.

O site www.palestine-info.co.uk também mostra como os "perigosos terroristas" resistem em Nablus.


Observação

Na coluna lateral direita do Sambaqui na rede estão indicados alguns blogs de fotos e vídeos sobre os ataques de Israel a Gaza.

Pré Reveillon no Baiacu de Alguém

Hoje, terça, 30.12.2008, às 20 horas.
Sede do Bloco em Santo Antonio de Lisboa

Banda
Quebra com Jeito

Denise de Castro, Silvia , Fidel , Aurélio do Trompete, Victor e Alexandre.

Comes e bebes
Ingressos no Local
Contato: (48) 2351183

29 de dez. de 2008

Gaza: as imagens do massacre

Foto: Welt Online (Alemanha)


É possível que nesse momento as forças de Israel estejam chegando por terra à cidade de Gaza, na Palestina (Oriente Médio), na fronteira com Egito e completamente cercada geográfica e militarmente pelos israelenses. É certo que o Hamas dominante na Faixa de Faza andou "inticando" com Israel, como se diz por aqui, ou provocando com vara curta, segundo outra tirada local. Jogou foguetes Grad de 122mm que, quando muito, alcançam 30 quilômetros, com baixo poder de destruição.

Welt Online (Alemanha)

Ou seja, se ele fosse disparado do Centro de Florianópolis, chegaria quando muito até a região da Cachoeira do Bom Jesus e praia do Moçambique, sem atingir o Santinho ou a Caieira da Barra Sul e outras áreas. Os israelenses atacaram no último dia 27 com modernos caças F-35, adquiridos recentemente dos EUA. São aviões com capacidade de se tornar "invisíveis" aos radares inimigos ou realizar decolagem vertical, com alto poder de fogo. No popular se diria que estão usando marretas para abater pernilongos.


Particularmente gostaria de continuar mostrando fotos de Sambaqui, seguir com o ensaio na Barra da Lagoa ou iniciar a série do último sábado na Lagoinha do Leste, via trilha que parte da praia do Matadeiro. Entretanto, o drama vivido pelos palestinos em Gaza pode ser ampliado a qualquer momento. Não se trata de apenas mais uma etapa no prolongado conflito envolvendo os moradores da Palestina ocupada contra os israelenses ocupantes. Estamos presenciando pela TV e acompanhando pela Internet o extermínio de centenas de pessoas, número que tende a chegar aos milhares. O momento foi bem calculado: entre as festas de fim de ano no Ocidente e a troca de comando nos EUA.

Foto: Al Jazeera.

Outras fotos nos seguintes endereços: El Pais e El Mundo (Espanha) e O Globo e Estado de São Paulo (Brasil). Veja tambem dezenas de vídeos produzidos pela Al Jazeera.


Aproveite e leia o texto "Se Gaza cair...", escrito por Sara Roy no útimo dia 28, nas versões em português (Centro de Mídia Independente) e no original em inglês (London Review of Books).



27 de dez. de 2008

26 de dez. de 2008

Nova edição do jornal "A Ponta"

Circulando a última edição do jornal "A Ponta", informativo para o Verão 2008 da Associação de Bairro de Sambaqui (ABS), com tiragem de 1.000 exemplares. Tem como jornalista responsável Inês Maria Bernal, a diagramação de Alejandra Morra e conselho editorial formado por Dóris Gomes, que também integra o Conselho Municipal de Saúde, Regina Di Marco Antônio, presidente da ABS, e o jornalista Raul Longo.

Destaques para o texto de Raul Longo sobre as enchentes (De olho na tragédia), o artigo de Dóris Gomes intitulado Piscinão de Sambaqui, a futura pavimentação da principal via do bairro, pelo arquiteto Joel Balconi, e o relato de Marcelo Rocha sobre uma aventura de cem sambaquienses num casamento em Criciúma. Além disso, jornal reproduz algumas fotos da Gincaponta de 2008 já postadas no Sambaqui na rede.

Os interessados podem obter exemplares do jornal no comércio local, em bares e restaurantes, e na sede da ABS. Contatos: jornalaponta@gmail.com

Domingo na Barra da Lagoa (1)












Esta época do ano (Amílcar Neves)


- Ora, ora, ora - vociferou Manoel Osório, visivelmente aborrecido. - Quer dizer então que nesta época do ano é como se todos morressem e, por um passe de mágica, virassem bonzinhos, santos de auréola na cabeça e tudo o mais, remidos de todos os pecados, até os mais grosseiros e cabeludos?

- Não falo de magias, mas de obras do Senhor, de milagres do Pai operados sobre os homens de boa vontade pela intercessão piedosa do Filho - retruca padre Agenor, esforçando-se por manter a calma e o autocontrole. Muito daria para ver-se longe dali, tratando com gente de outro quilate e de muito mais fé e crença em Deus.

- Ora, Agenor Osório, estamos só nós dois aqui, entre primos, divagando sobre questões filosóficas e existenciais. Não temos, pois, testemunhas desta nossa conversa, sequer testemunhas de Jeová ou espias de Maomé; este nosso encontro não está sendo filmado nem gravado...

- Deus Pai Nosso Senhor é onisciente - provoca padre Agenor, sorrindo com discreta malícia enquanto, preventivamente, faz o sinal-da-cruz.

- Claro - exclama Manoel Osório -, aquele deus que é um olho dentro de um triângulo, emoldurado e preso por cravos bem à frente dos assustados alunos de todas as salas de aula da minha infância, pairando severo e ameaçador acima da frase intimidativa "Deus Me Vê", acusando-nos a cada um de nós: "não existe saída, pagãos, entreguem-se ou assem no fogo perpétuo dos infernos".

- Como se houvesse vários infernos...

- Ora, Agenor Osório, pelo amor do teu deus: não será verdade então que cada um de nós pena no seu próprio inferno, que cada qual cria o seu inferno particular e exclusivo em função das escolhas que faz na vida?

- A todo que crê é dada a graça de expiar as suas faltas, purificar a sua alma e ser perdoado pela infinita misericórdia do Senhor - no íntimo, padre Agenor não gosta nem um pouco do que está dizendo, como se apenas repetisse leituras passadas - e recorrentes.

- Crer, aí é que eu queria chegar, meu caro primo! Falemos, sim, das nossas crenças mais inconfessáveis! - Manoel Osório se inflama, seus olhos brilham de forma temerária. - Dize-me, Agenor Osório, acreditas de verdade, do fundo da tua inteligência, que as pessoas fiquem subitamente boas e cordatas apenas porque passamos por esta época do ano? E, já adiantando a pergunta conseqüente: se assim é, por que elas desandam uma ou duas semanas depois?

(Amilcar Neves, escritor)


"Estimadas Amigas, Caros Amigos. Sejamos, cada um de nós, sempre o mesmo, no Natal quanto em todos os dias de 2009: sem grandes hipocrisias. De coração, Amilcar Neves".


* Foto: detalhe do presépio montado por Roberto Martins da Silveira na residência de Dircéa Martins da Silveira (Trindade, Florianópolis-SC).

25 de dez. de 2008

Pré-Reveillon no Baiacu de Alguém

Lançamento do samba enredo do Baiacu de Alguém, intitulado
Pescadores da Cultura, no dia 13 de dezembro passado.


Dia 30.12 (terça)
20h30
Sede do Bloco - Rua Padre Lourenço R. de Andrade, 650, esquin com rua Senador Mafra (Santo Antônio de Lisboa, Florianópolis-SC).

Banda Quebra com Jeito (jazz, samba, salsa e outras bossas), formada por Denise de Castro (piano e voz), Fidel Piñero (trompete), Marco Aurélio (trombone), Sílvia Beraldo (sax), Victor Bub (bateria) e Alexandre Vicente (baixo). Após a apresentação da banda haverá espaço para os músicos da casa.

Entrada com direito a uma cerveja ou refrigerante : R$ 15,00. Com a camiseta do Baiacu R$ 10,00.

Bebidas no local. Para comer - buffet da Leila com arroz primavera, moqueca de peixe, farofa, tatu recheado, salada tropical c/frutas e os tradicionais salgados.


Venda das camisetas
Durante a festa do Pré-Reveillon as camisetas começam a ser vendidas pelo preço de R$25,00. Entre os dias 1º de janeiro e 16 de fevereiro de 2009: R$35,00 . A partir do dia 17/02/09 até os dias do carnaval, R$40,00.

Ensaios da bateria
A bateria começa a ensaiar no dia 7 de Janeiro de 2009. Os ensaios acontecerão todas às quartas e sextas-feiras, das 20 às 22 horas, na sede do Bloco e a partir do mês de fevereiro também nas segundas-feiras.

Detalhes no site do Bloco.

24 de dez. de 2008

FELIZ NATAL!

Vitral da Catedral Metropolitana de Florianópolis-SC.


Para:

Alaíde, Chiquinho e o sr Garcia (em memória)
Alcides Buss e família
Aldinho
Alécio Verzola, Eliete e filho
Alexandre (cinegrafista) e família
Amilton e família
And e Kito
André, Gisa e meninos
Angelita e Ronaldo
Angelita blogueira
Araceli Schmitt
Armando Gonzaga e família
Áureo Moraes, Simone e família
Boquinha (o melhor laçador de boi de Florianópolis)
Caio (maricultor)
Cajú e família
Carlinhos Cunha e família
Carmen Lúcia Luiz
Carol e Rafael Spinelli
Cesar, Cila e Vinícius
Chavo (Javier Caro) e família (Rubi, Jade, Jacinto e a mamãe dos três)
Chris (o mestre em rapel)
Dandão e família (Jussara, Diego e Juliana, em especial)
Dane e família
Dani Queiroz (historiadora) e família
Deca-deca e família
Denir e família (Cláudia, Tati, Fabi e Diego)
Dido e família
Dimy, Diana e família
Dóris e Nildão
Dulce (em memória) e Lindomar
Durval Píres da Cunha (em memória)
Eloir e família
Equipe Amigos
Equipe Nativus
Equipe Raça Brasil
Erich e família
Ézio Librizzi e família (lembrança especial para o cachorro Tino)
Fabiana Soares e família
Fabiana e Marlon
Feijão e família
Freqüentadores do bar do seu Vadinho
Fernando da Nativus
Gabriel Lima
Gabriel Pires (volta pro Sambaqui)
Gabriela Gomes
Gioconda
Guto, Cristina e família
Índio e família (beijo da Anita para o Vinícius)
Ique e família
Ito
Marcelo Richard
Ivan Cunha
Ivo Cordeiro e família (Gi, cadê tua surpresinha?)
Jackson, Jaque e família
Jandira Píres da Cunha (em memória)
Janete Gomes
Japa (Barra)
João Ricardo
Jordão e família
Juca, família e Baduga (em memória)
Kidinho, Débora e família (inclusive, a que está por vir)
Kidinho
Lalinha (em memória) e família
Leleco e família
Lindão (sempre amigo) e Gi
Lola e Marquinho (o eterno ET)
Luís, Lúcia e família
Luizinho e família
Mara, Paulinha, Michele e Pedro
Marcelo Rocha
Maria Salomé (em memória)
Marilene e seus filhos (Boca e outros)
Marquinho, Maribel e filhos
Marujo e Marina
Maurício Meurer e família (Dani e Gabriel)
Mauro Sartorato e família (Fred e Bruno)
Nanda Meurer, Renata, Tati, Viviane e família
Nilsão
Osmar (em memória)
Paulo (pedreiro) e família
Pessoal da padaria e da farmácia
Rafael da Rocha Píres (em memória)
Raul Longo, família e hóspedes
Regina (ABS)
Reinaldo e família
Robertinho e família
Rosana Bond, Carlito e Rosnel
Renê e família
Saionara, Maitê (sumida) e dona Neca (em memória)
Sérgio (carteiro) e família
Seu Ademar e família
Seu Antônio (do restaurante mais encantador da Ponta) e família
Seu Chico (em memória) e família
Seu Domingos, dona Irene, Juliana, Paulo Rocha e prima Glades
Seu Luiz, dona Mariquinha e família
Seu Oswaldo e família
Seu Pepeco (em memória) e toda sua comunidade
Seu Toló (em memória) e dona Valdete
Seu Vadinho (em memória)
Seu João e família (dona Deti, Gabriela e Henrique)
Tânia Lamarca
Timotinho, dona Bertolina e família (Sérgio, Adriano, Emília)
Toda a galera da pizzaria Fim de Tarde (especialmente Jefferson, Manu e os pequenos lindos)
Tolentino e família (em especial, Tisio)
Toninho e família
Vera, Ariovaldo, Gabriele, Leopoldo
Vilmo e família
Zani, Felipe, as duas pequenas e Zezinho (em memória)
Zé da Flor e família
Zeca
Zeneide
Walmir Wagner e família (André etc)

E a todos os outros que gostam e cuidam do Sambaqui!

É o que desejam
Anita Grando Martins da Silveira
Margaret Grando
Celso Martins da Silveira Júnior

23 de dez. de 2008

Flagelados cobram casa e transparência

Audiência realizada hoje à tarde (23.11)
na Assembléia Legislativa (Florianópolis-SC).
Foto: Solon Soares/ALESC.

Depoimentos carregados de emoção e de preocupação com o futuro das centenas de famílias atingidas pelas chuvas e deslizamentos marcaram a primeira audiência pública na Assembléia Legislativa de Santa Catarina, nesta terça-feira, sobre as conseqüências da catástrofe ocorrida em novembro no estado. Mais de 300 pessoas participaram da audiência promovida pelo Fórum Permanente de Solidariedade e Pela Reconstrução das Cidades Atingidas pelas Enchentes e Enxurradas em 2008, presidido pela deputada Ana Paula Lima (PT).

Entre as principais deliberações está a constituição de um Fórum dos Atingidos para acompanhar e debater decisões como o destino dos mais de R$ 26 milhões arrecadados através das contas da Defesa Civil do Estado. Os representantes dos atingidos querem mudanças na Medida Provisória número 148, de autoria do Governo do Estado, em tramitação na Assembléia e com votação prevista para a próxima semana. A Medida institui o que o Governo chama de "Auxílio Reação" e quer utilizar o dinheiro arracadado com as doações para um auxílio, durante seis meses, de um valor de R$ 415,00 para famílias que tiveram seus domicílios destruídos ou interditados em função das enchentes e deslizamentos. Porém, a idéia dos representantes dos atingidos presentes à audiência é que os recursos sejam aplicados na construção de moradias.

Também foi definida a necessidade de uma nova audiência com o governador Luiz Henrique da Silveira para o inicio de 2009, a ser realizada em Blumenau, além da fiscalização nos abrigos para assegurar dignidade às famílias que ainda dependem dessa solução, e sobre a aplicação dos recursos anunciados pelo governo federal ou arrecadados nas campanhas de auxílio às vítimas. Transparência nas ações governamentais , orientação técnica e fiscalização nos abrigos e centros de arrecadação de doações que vieram de várias partes do país em solidariedade aos atingidos também foram tema de discussão na audiência. Para o esclarecimento de dúvidas a esse respeito e também sobre outras providências do Governo, foi sugerido que dados complementares sejam disponibilizados no site da Defesa Civil do Estado, além da liberação de uma linha telefônica 0800 para que a população possa obter informações.

"Acompanhamos aqui, hoje, o relato emocionado de homens e mulheres que perderam quase tudo que tinham. Muitos deles perderam seus familiares, amigos, vizinhos. Eles vivem numa condição muito difícil, estão em abrigos, e pedem às autoridades a retomada de sua vida com dignidade. Essas pessoas têm dúvidas e não sabem quando poderão ter um lar novamente", comentou a deputada Ana Paula após a audiência. "Para muitos, o que foi dito no dia de hoje pode ser surpreendente, mas nós temos acompanhado, desde o primeiro momento, a realidade dessa população e sabemos a importância de o Estado agir rapidamente para minimizar os prejuízos materiais que essas pessoas tiveram, especialmente a moradia", completou a parlamentar. Ela entende que, neste momento de reconstrução, é preciso uma ação conjunta e organizada dos poderes nas esferas municipal, estadual e federal.

Texto: Linete Martins
Assessora de Imprensa
Gab Dep Ana Paula Lima


O desabafo do major Márcio

Durante a audiência, o representando da Defesa Civil de Santa Catarina, major Márcio Luiz Alves desabafou: “Infelizmente sempre discutimos o que é preciso fazer após as tragédias, mas nunca debatemos para saber a situação real da Defesa Civil. É preciso repensar políticas públicas, pois não existem recursos suficientes para a Defesa Civil atender a todos esses problemas como gostaria e como a sociedade merece”. Confira no texto da repórter Tatiani Magalhães.

Missa do Galo, por frei Beto

Presépio na casa de Dircéa Martins da Silveira,
no bairro da Trindade (Florianópolis-SC),
montado por Roberto Martins da Silveira
com peças adquiridas na década de 1940.

Adital - Natal é festa polissêmica. De certo modo, desconfortável. Para os cristãos, comemoração do nascimento de Jesus, Deus feito homem. Para a indústria e o comércio, ocasião de promissoras vendas. Para uns tantos, miniférias de fim de ano. Para o peru, dia de finados.

O desconforto resulta da obrigatoriedade de dar presentes a quem não amamos, mal conhecemos ou fingimos amizade. Transferido o presépio de Belém para o balcão das lojas, substituído Jesus por Papai Noel, a festa perde progressivamente o caráter religioso. O Menino da manjedoura, que evoca o sentido da existência, cede lugar ao velho barbudo e barrigudo, símbolo do fetiche da mercadoria.

O olhar desavisado diria que o consumismo hedonista despe-nos da religiosidade. A Missa do Galo, outrora à meia-noite de 24 de dezembro, reduz-se ao galeto das celebrações, às oito ou nove da noite, antecipando-se à madrugada na qual impera a violência urbana. O apetite da ceia e a curiosidade em abrir presentes falam mais alto que bons e velhos costumes: oração em família, cânticos litúrgicos, narrativas bíblicas, memória dos eventos paradigmáticos de Belém da Judéia.

Uma atualização dos eventos bíblicos permite-nos imaginar, a partir do contexto brasileiro, o leitor do Diário de Belém, edição de 26 de dezembro de 1, frente à seguinte notícia: "Família de sem-terra ocupou ontem a fazenda Estrela de Davi, em cujo pasto uma tal Maria, esposa do carpinteiro José, deu à luz o filho Jesus. A polícia de Herodes está no encalço dos sem-terra, que se encontram foragidos."

A abstração da linguagem, contudo, faz do pseudolirismo natalino o inverso do fato histórico. O Verbo encarnado perde contundência e cede lugar ao presépio descontextualizado, mero adorno à festa papainoélica.

Vivemos hoje assolados por fortes ventos esotéricos, nessa época epifânica em que religiões tendem a ocupar o lugar deixado pelas ideologias messiânicas. Assistimos à crise das Igrejas tradicionais, encerradas num monólogo ininteligível para o contexto de pluralismo e tolerância com o diferente. A perplexidade assemelha-se à da professora de piano clássico que vê seus alunos aplaudirem os metaleiros.

Proliferam novas modalidades de aspirar ao Transcendente, da aeróbica litúrgica às meditações orientais. Nunca houve, na expressão de Rimbaud, tanta "gula de Deus". I Ching, astrologia, búzios, tarô etc., são vias pelas quais se tenta encontrar segurança diante do futuro imprevisível. Agora, já não há tanto interesse pelas religiões das grandes narrativas bíblicas, da santidade ascética, da autoridade sacralizada, da moral coercitiva, da escatologia que nos faz trafegar, titubeantes, sobre o fio invisível que liga o Céu ao Inferno.

Predominam as religiões do consolo subjetivo, da alegria d'alma, da cura imediata, dos fenômenos paranormais, da comunidade que se sente resgatada do anonimato, de bênçãos e graças que jorram quais juros de quem acredita na versão pós-moderna do dilema "a bolsa ou a vida". Vigora a religiosidade prêt-à-porter, sem culpas, macroecumênica, fundada na crença em um Deus que dispensa hierarquias, manifesta-se pelas regras de ouro do marketing e tolera todas as nossas incoerências.

Talvez não haja na literatura brasileira quem melhor tenha captado o sentido do Natal que Machado de Assis, no clássico conto Missa do Galo. Não há propriamente missa, apenas a espera ansiosa num serão que progressivamente transmuta a anfitriã Conceição, que atingira os 30 anos, aos olhos de Nogueira, rapaz de 17. Machado faz do coração do jovem narrador um profundo e aquiescente presépio, onde a vida renasce no sutil milagre do amor desinteressado. Um gosto de eternidade. De eterna idade. No entanto, quebrado pelo tempo que flui incoercível ao ritmo implacável das horas. Na sala, a missa em torno da musa antecede e realiza a comunhão, eclodindo na beleza de um singelo encontro entre duas pessoas.

Isso é Natal, festa rara no mais profundo de si mesmo, na qual as pessoas se fazem presentes umas às outras e entre as quais o amor refulge como estrela. Essa festa não tem data e é celebrada sempre que há encontro em clima de afeto e sabor de comunhão. Ali, as palavras são como barbante de presente em mãos de uma criança: a cada nó desfeito, uma expectativa de surpreendente revelação.


Frei Beto é escritor e assessor de movimentos sociais. Autor de "A arte de semear estrelas" (Rocco), entre outros livros. Texto distribuído pelo Centro de Estudos Políticos Econômicos e Culturais- Cepec.

22 de dez. de 2008

Fim de tarde em Sambaqui e Santo Antônio












Fotos em 22 de dezembro de 2008, segunda-feira.