30 de nov. de 2008

As enchentes e o Código Ambiental de SC

Ilhota (SC). Foto: Neiva Daltrozzo. Secom/Governo do Estado.


Mensagem de Beate Frank (*)

"Prezados Amigos:

No Diário Catarinense do dia 29/11 foi publicado um artigo que discute a relação entre a catástrofe que se abateu sobre Santa Catarina e a questionada proposta de Código Ambiental de SC elaborada pelo executivo catarinense.

Esta proposta, encaminhada a toque de caixa pela Assembléia Legislativa, e com votação prevista ainda para este ano, permite ainda mais a ocupação de áreas vulneráveis (encostas, margens, nascentes, restingas, mangues) em nosso estado e atende a interesses de grupos econômicos e políticos, apoiados na justa preocupação de pequenos agricultores que dispõe de pequenas extensões de terra para plantio. Nas audiências públicas, encerradas na semana passada. foi feito um grande clamor por parte de técnicos, pesquisadores e ambientalistas, que se esta lei for aprovada, apesar do nome Código Ambiental, aumentará ainda mais o quadro de degradação e vulnerabilidade socioambiental. Apesar disto a Assembléia manteve a agenda de tramitação deste questionado projeto.

Por meio deste apelo público, estamos pleiteando que a Assembléia Legislativa reveja o calendário de votação deste projeto de lei, e promova uma discussão mais ampla sobre o conteúdo e consequências desta lei para que garanta menos sofrimento para Santa Catarina e redução de vulnerabilidade das nossas cidades frente aos desastres naturais.

Se você é a favor desse pleito, assine o abaixo-assinado virtual, para uma discussão mais aprofundada do projeto de lei do Código Ambiental Catarinense e o repasse para suas listas. A lista de assinaturas será entregue na Assembléia Legislativa.

Para ler mais sobre projeto de código ambiental e emitir sua opinião, acesse o site do Comitê de Bacia do Rio Itajaí."


(*) Graduada e com mestrado em Física, doutora em Engenharia de Produção e professora titular da Fundação Universidade Regional de Blumenau. Tem experiência em recursos hídricos, com ênfase em gestão de bacias hidrográficas.




Tramitação da matéria

Florianópolis, em 20 de novembro de 2008

Of. CCJ. nº. 259/2008

Aos
Senhores Deputados e Deputadas
N/Casa

Cumprimentando-os cordialmente, servimo-nos do presente, para comunicar os prazos de tramitação do Projeto de Lei nº 0238.0/2008, que institui o Código Estadual do Meio Ambiente, acordados pelos presidentes das Comissões de Constituição e Justiça, Finanças e Tributação, Turismo e Meio Ambiente e de Agricultura e Política Rural.

Os prazos são os seguintes:

1 – apresentação de emendas – até o dia 2 de dezembro;
2 – parecer do relator – dia 9 de dezembro;
3 – vista coletiva dos autos – do dia 9 ao dia 16 de dezembro;
4 – votação conjunta nas Comissões – dia 16 de dezembro; e
5 – pronto para “ordem do dia” – dia 17 de dezembro.


Florianópolis, em 20 de novembro de 2008

Deputado Romildo Titon
Presidente da CCJ


Deputado Jorginho Mello
Presidente da CFT

Deputado Décio Góes
Presidente da CTMA

Deputado Moacir Sopelsa
Presidente da CAPR

Os testemunhos de Damião e Bonassoli

O amigo e colega jornalista deu uma de João-sem-braço, alegou que ia descansar e tal... mas foi na moita a Itajaí. Verifiquem com o que ele está nos brindando no retorno. A foto deve ser dele. Outro blogueiro colega e amigo, Alessandro Bonassoli, esteve na região de Blumenau.

Gincaponta 2008 - Novas imagens (1)








Paulistas solidários com Santa Catarina

Ilhota (SC) - Equipes de socorro continuam com o trabalho de resgate em Braço do Baú uma das localidades do município de Ilhota mais atingidas pelos temporais no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil


"Morador de Blumenau arrecada R$ 3 mil e duas toneladas de donativos em São Paulo", informa matéria que acaba de ser postada no site Abril.com, assinada pela jornalista catarinense Anita Martins. Marcus Vinícius de Pierri, o morador blumenauense, ajudou os Bombeiros em resgates na sua cidade antes de começar a campanha de coleta de auxílio em São Paulo.

Segundo a repórter Anita Martins, "a solidariedade com os atingindo pelas cheias é muito grande aqui". Existem dezenas ou mais postos de coleta nas empresas, entidades e condomínios residenciais. "Muitos síndicos e porteiros de prédios estão fazendo coleta. Só se fala nisso por aqui", assinala. Na editora Abril, por exemplo, onde Anita trabalha, foram colocadas duas caixas de papelão num setor da empresa para a deposição de ajuda. Em poucas horas as duas caixas estavam cheias e cercadas de produtos, formando grande uma pilha.


Hoje à noite em São Paulo haverá show de ajuda aos flagelados de Santa Catarina. Apresentação será no auditório do Anhembi. O ingresso custa uma garrafa de água ou um cobertor.

29 de nov. de 2008

É grande a tensão no Morro do Baú

Ilhota (SC) - Elizabeth Shill com os filhos logo depois de serem resgatados. Eles estavam isoladas na região do Braço do Baú, uma das localidades mais atingidas pelos temporais no Vale do Itajaí, em Santa Catarina.
Foto: Wilson Dias/ABr


Ilhota (SC) - Elza Kleine com a filha e netas também estavam no Morro do Baú.
Foto: Wilson Dias/ABr



Começam a surgir relatos chocantes da situação na região envolvendo jornalistas do Estado de São Paulo, Bombeiros e voluntários.

É grande o clima de tensão em toda a região. Choveu muito durante toda a tarde. A Prefeitura de Ilhota autorizou hoje o uso da força para retirada de pessoas do Morro do Baú.

O desmatamento da Mata Atlântica pode ter contribuído para tragédia no Estado, conforme a Agência Brasil.

Adventistas de Sambaqui coletam donativos





A unidade de Sambaqui da Agência Adventista de Desenvoilvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) se integrou à campanha de coleta de auxílio aos flagelados das cheias em Santa Catarina. Durante todo o dia de hoje (29.11) dezenas de integrantes da ADRA percorreram as casas do bairro solicitando ajuda. Todos os anos a instituição arrecada donativos para o Natal, destinados a moradores da região. Mas dessa vez segue tudo para as áreas atingidas pelas enchentes.

Outros postos de coleta em Sambaqui estão no restaurante Posto da Alfandega (Ponta de Sambaqui) e o no mercado Super Sambaqui (estrada geral, ao lado da farmácia). Em Santo Antônio de Lisboa os donativos devem ser entregues na sede do Baiacu de Alguém (residência do Nelson).

Imagens e personagens de Sambaqui

Dóris Gomes









Kidinho, Nildão e Lindão.


Gi Cordeiro.


Antônio Cardoso (Marujo).

BLUMENAU EM MINHA MENTE


Olsen Jr.

Foi aquela fotografia no jornal, reproduzida em vários blogs, que me deixou prostrado. A imagem era da Rua Presidente Castelo Branco, mas que a população consagrou como Beira-Rio. O mesmo nome do estádio do Internacional, mas na hora não pensei em futebol. A água já tinha saído do leito do Itajaí-Açu e invadido a avenida. Do ângulo que foi batida dava para perceber uma ponta da cerca de ferro que margeia o rio e lá no fundo, a ponte metálica ao lado da prefeitura.

Meu pai nasceu em Blumenau, meus dois filhos também. Embora eu tenha cortado o cordão umbilical quando transferi o domicílio (eleitoral também) para a Ilha, meu coração ainda está lá.

Num dia qualquer da década de 1970, quando “mudar o mundo” ainda parecia possível para um jovem sonhador e idealista, poeta além de tudo, com a clara consciência de que carregava o peso das dores desse mesmo mundo sobre os ombros, na sacada de um bar chamado Blumenthal onde funcionara outrora a tradicional Confeitaria Tönges, quase em frente da catedral, com portas para a Rua 15 de Novembro e para a Beira-Rio, num guardanapo sobre uma mesa lá fora, fiz o poema:


De Bar em Bar


Eu, homem, animal, sou parte integrante

Deste grupelho de estranhos ares,

Que vagueia em esquisitos vagares,

Como na história o cigano errante.

Procuro e espero igual à bacante,

À noite, sem destino, pelos bares,

Nos prostíbulos e nos lupanares,

Tendo apenas um copo como amante.

Vejo ali a angústia de todos os seres,

Somadas com a minha, num reflexo

Único, de muitíssimos viveres.

E neste conciliábulo mundano,

Pelos botecos da vida, confesso:

É solitário que me sinto humano!

O Blumenthal era administrado pelo amigo Horácio Braun. No segundo andar, na entrada do bar havia um mural com um convite chamado carinhosamente de “Recadjinhos” e todos os habitués se comunicavam por ali, horários, encontros, reuniões, enfim, e o poema que escrevi no guardanapo foi posto lá e permaneceu lá durante muitos dias, até desaparecer.

Outro dia estava procurando o livro “Nunca te vi, sempre te amei” (84 Charing Cross Road) de Helene Hanff, num sebo na Rua 15, em Blumenau, quando sou interpelado por uma senhora (foi o que me pareceu) ela pergunta se sou o “fulano”, digo que sim, então indaga “lembra de um poema que você fez num guardanapo lá no bar do Horácio?”. Confirmo com a cabeça e acrescento, faz muito tempo. “Mais de 30 anos”, afirma... Está emoldurado lá na minha casa. Segue-se um silêncio, depois ela me abraça e pede “você me perdoa?”. Digo que está em boas mãos, então se despede e sai.

Curioso aquilo tudo, ela tinha sido uma mulher muito bonita, mas não a reconheci na hora. Ao fim e ao cabo, é a beleza interna que fica. Estava lembrando que permanecia no Blumenthal, muitas vezes, somente eu e o Horácio, tomando chope e ouvindo Ray Charles, a música “I can`t stop loving you”. Ouvíamos aquele disco dezenas de vezes. Tínhamos uma sintonia muito grande, em silêncio, cada um pensando na sua própria história, nos amores perdidos, no que deveria ter sido e não foi. No final, pretendia escrever o grande livro que projetei escrever e ele, construir o bar que gostaria de freqüentar.

Mas agora, aquela fotografia sobre a mesa, ninguém tinha domínio sobre a natureza, nem aquela que transbordava da página do jornal e nem a nossa própria por ser testemunha daquela tragédia. Blumenau de tantas alegrias e Blumenau de muitas dores, era sempre a mesma cidade em minha mente, seja naquela afirmação, parodiando Drummond, “...Apenas uma fotografia...Mas como dói”... Ou mesmo que não more mais lá, mesmo que muitos dos meus amigos já não possam ser encontrados lá, ainda assim, como na música do Ray Charles, preciso fazer essa confissão: “Não consigo parar de te amar”!


Publicado originalmente no Suplemento Cultural Anexo, pg. 03, jornal A Notícia, de Joinville (SC) em 28/11/08.

28 de nov. de 2008

Os repórteres e o drama das cheias

Acompanhe no link abaixo. Eles trabalham no Jornal de Santa Catarina (Grupo RBS) e cobrem as enchentes de Blumenau. Cerca de nove minutos de duração.

http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/playerpopup.aspx?midia=42809&channel=64

Fala Sambaqui é apresentado na Assesc

O blog Fala Sambaqui, tocado por Angelita Brandão, foi apresentado na Jornada Acadêmica da Assesc, dias 11,12 e 13 desse mês na Faculdade Assesc-Florianópolis. Na barra ao lado há um link do blog.

Confira no vídeo

http://qitv.tempsite.ws/videomateria.php?midiavideo=d01u2jd821932s78hckjhjkhda81923sdcs&id=104

Baú dos quatro mil deslizamentos

É dramática a situação de dezenas de moradores do Morro do Baú (Ilhota), onde ocorreram cerca de quatro mil deslizamentos desde o último sábado (22), segundo o geólogo Marcelo Gramani, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Centenas de pessoas foram resgatadas. Muitas famílias não querem deixar as casas. As autoridades suspeitam da existência de mais mortos. Confira um pouco da destruição nas fotos de Neiva Daltrozo (Secom/Governo do Estado) que acabam de ser liberadas.


SC-401: o trabalho arriscado

Dezenas de operários e técnicos atuam na remoção dos escombros da rodovia SC-401, principal ligação do Centro com as praias do norte da Ilha de Santa Catarina. Os motoristas estão sendo obrigados a seguir por vias secundárias (Santo Antônio/Praia Comprida-Caminhões dos Açores/Cacupé), tornando o trânsito lento. Enquanto isso, muitos correm riscos para remover pedras, o barro e as árvores que estão obstruindo a via. (Fotos: 25.11.2008)