18 de nov. de 2008

CONDENADOS À ELETROCUÇÃO

Cano de condução de energia elétrica põe em risco a população de Sambaqui e visitantes. Foto: Raul Longo.


Na história universal não há notícias de extermínio por eletrocução.
Nem mesmo os nazistas pensaram a respeito. Preferiam o carbureto.
Os americanos usavam individualmente. Sentavam o condenado em uma cadeira, e para abreviar o sofrimento prendiam-lhe um pano encharcado na cabeça.
A água, como se sabe, é excelente condutora de eletricidade.
O cano exposto, aí na foto, é um cano de condução de energia elétrica.
A água que envolve esse cano de condução de energia elétrica, não foi colocada para efeito de produção da foto. É água de chuva.
O cano conduz a eletricidade de um poste, à uma residência em frente. Na Ponta do Sambaqui.
O poste, a residência, e o cano de condução de energia elétrica exposto, estão ao lado da parada do transporte coletivo que atende à população do Sambaqui.
Exatamente sobre esse cano de condução de energia elétrica exposto, cada ônibus da linha do Sambaqui manobra duas vezes para completar o trajeto bairro-centro-bairro. Uma vez, ao vir da Barra do Sambaqui, manobra sobre o cano para retornar pela mesma via e seguir ao Centro. Na outra vez, vindo do Centro, manobra sobre o mesmo cano exposto, para novamente retornar pela mesma via de onde tomará a entrada à Barra do Sambaqui.
E o cano é de condução de energia elétrica!
Foi ali instalado há 11 anos atrás. Durante esta década e seis meses, ônibus, caminhões e automóveis que manobram ou seguem adiante da Ponta do Sambaqui, passaram por este cano. Mas ele não estava exposto.
Só ficou exposto depois que, há aproximadamente 6 meses, a CASAN e a Prefeitura Municipal de Florianópolis contrataram uma mesma empreiteira para a instalação do sistema de esgoto, e melhorias (!!!!????) no calçamento da via.
O proprietário da residência, desconhecendo a empreiteira contratada, avisou à CASAN: - trata-se de um cano de condução de energia elétrica.
Na falta de providências, o proprietário avisou a Intendência do bairro: trata-se de um cano de condução de energia elétrica.
Sem resultados, o proprietário continuou avisando diversos órgãos municipais e estaduais: - trata-se de um cano de condução de energia elétrica.
Também lembrou, a todos que avisava, que o cano de condução de energia elétrica se expõem exatamente no meio da rua onde manobra o ônibus. E não apenas, mas também os caminhões, máquinas e tratores da própria obra de instalação de esgoto e melhorias (!!!!!?????), cuja empreiteira usa a Ponta do Sambaqui como depósito de materiais pesados.
Materiais pesados em caminhões, máquinas e tratores que diariamente passam sobre o cano de condução de energia elétrica exposto.
O proprietário avisou até ao Ministério Público Federal. Na falta de qualquer providência, lhe ocorreu avisar à Celesc. Para sua surpresa, em menos de 1/2 hora compareceram os técnicos da Celesc que olharam o cano, comprovaram o risco, mas se confessaram impossibilitados de providenciar a solução do problema.
A solução do problema é retirar a terra que introduziu-se abaixo do cano, quando ali fizeram o buraco para instalação do de escoamento do esgoto, e recobrí-lo com o devido calçamento. Mas não sendo uma obra da Celesc, burocraticamente a responsabilidade para o reparo cabe à quem fez o buraco.
No entanto, o técnico da Celesc garantiu ao proprietário da residência que comunicaria à CASAN sobre o grave risco de exposição do cano de condução de eletricidade.
Segundo este técnico, impossível prever em que momento o cano de condução de energia elétrica se rompera sob o peso ou desgaste por fricção dos pneus de algum ônibus, caminhão, trator ou automóvel. Mas, previne que desse incerto instante, todas as pessoas que num eventual dia de chuva circulem pelas imediações, correrão risco de serem condenadas à eletrocução.
Jornalistas, repórteres e fotógrafos deveriam manter plantão na Ponta da Sambaqui. Com um pouco de sorte, a qualquer momento poderão testemunhar e documentar a primeira execução em massa por eletrocução, já ocorrida na história da humanidade.
Um trágico espetáculo sob produção da empreiteira contratada pela CASAN para a instalação do esgoto e pela Prefeitura Municipal de Florianópolis para as tais melhorias que, por todo um semestre, têm provocado um dos maiores transtornos já sofridos pelos moradores do Sambaqui e Santo Antonio de Lisboa, sem como evitar esta única via de acesso ao bairro. Nem o cano de condução de energia elétrica exposto.
Tudo isso sob o patrocínio das verbas federais do PAC, o Plano de Aceleração do Crescimento.

Raul Longo


www.sambaqui.com.br/pousodapoesia
pousopoesia@gmail.com
Ponta do Sambaqui, 2886
88051-001 - Floripa/SC
Tel: (048) 3206-0047

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