Farra Parlamentar
de Passagens Aéreas
de Passagens Aéreas
Por João José Leal*
Os integrantes das entidades protetoras dos animais bem que poderiam empregar toda a força de sua comprovada militância, que sempre utilizaram para impedir a farra do boi em Tijucas e nas cidades açorianas, para também acabar com a farra das passagens aéreas no Congresso Nacional.
É claro que são farras diferentes. A de Brasília é permanente, enquanto que a farra de boi só ocorre na quaresma. (Aliás, ocorria porque, nesta última quaresma, foi tão reprimida que não chegou a acontecer). A farra de Brasília espalha-se por todo o território nacional, com direito a vôos internacionais. Os destinos, portanto, são os mais diversos e sem limites de fronteira. Já a farra açoriana está confinada a apenas esta região litorânea.
A farra de boi sempre foi divertimento só para os homens. Mas, do festival de passagens aéreas do Congresso, participa toda a família. Afinal, nossos congressistas não podem ficar longe das mulheres, de seus filhos, de seus pais e nem de suas sogras. O sentimento parlamentar de família torna-se mais intenso quando a distância é maior, principalmente, quando deputados e senadores estão na Europa ou em outros continentes.
Também não se pode comparar o perfil econômico, social ou político dos protagonistas. Os farristas açorianos são geralmente pessoas humildes, anônimas e de pé no chão, correndo atrás de bois que só querem fugir do assédio. Já os nossos congressistas – senadores e deputados – são gente da melhor estirpe social e detentora de considerável patrimônio econômico. Correm atrás de diversões e aventuras bem mais sofisticadas e dispendiosas. Algumas são inconfessáveis. Afinal, quem paga a conta são seus próprios eleitores.
Diferenças e ironias à parte, não só os integrantes das entidades protetoras de animais, mas todos brasileiros deveriam se engajar num movimento de preservação da ética e da moralidade na condução da vida republicana, a começar pelo Parlamento brasileiro. Isto porque, se nossos parlamentares não têm revelado o mínimo de compromisso com a moralidade na condução da vida política republicana, não seremos nunca uma nação séria. Temos de reconhecer que o general Charles Degaulle tinha razão.
Pelo que se vê, o povo está indignado com tantas e tamanhas falcatruas travestidas de duvidosas legalidades. No entanto, a simples indignação não é suficiente. É preciso que o povo, de forma pacífica como aconteceu no processo de cassação do ex-presidente Collor, saia às ruas para protestar e dar um basta a essa farra de privilégios e de imoralidades.
Neste momento político tão corrompido em que vive a nação brasileira a CUT e a UNE, cujos dirigentes dizem representar os interesses dos trabalhadores e dos estudantes, bem que poderiam iniciar esse legitimo e necessário movimento em prol da moralidade. Porém, aparelhadas e sustentadas por vultosas verbas públicas, estas entidades estão hoje mais a serviço do poder governante em Brasília do que dos seus representados.
Por isso, só nos resta uma esperança: a militância dos integrantes das sociedades de proteção aos animais. Quem sabe se, em vez da farra do boi, o foco de controle recriminatório dessas entidades se volte para condenar e, quem sabe, acabar com a farra de passagens aéreas dos nossos deputados e senadores.
É claro que são farras diferentes. A de Brasília é permanente, enquanto que a farra de boi só ocorre na quaresma. (Aliás, ocorria porque, nesta última quaresma, foi tão reprimida que não chegou a acontecer). A farra de Brasília espalha-se por todo o território nacional, com direito a vôos internacionais. Os destinos, portanto, são os mais diversos e sem limites de fronteira. Já a farra açoriana está confinada a apenas esta região litorânea.
A farra de boi sempre foi divertimento só para os homens. Mas, do festival de passagens aéreas do Congresso, participa toda a família. Afinal, nossos congressistas não podem ficar longe das mulheres, de seus filhos, de seus pais e nem de suas sogras. O sentimento parlamentar de família torna-se mais intenso quando a distância é maior, principalmente, quando deputados e senadores estão na Europa ou em outros continentes.
Também não se pode comparar o perfil econômico, social ou político dos protagonistas. Os farristas açorianos são geralmente pessoas humildes, anônimas e de pé no chão, correndo atrás de bois que só querem fugir do assédio. Já os nossos congressistas – senadores e deputados – são gente da melhor estirpe social e detentora de considerável patrimônio econômico. Correm atrás de diversões e aventuras bem mais sofisticadas e dispendiosas. Algumas são inconfessáveis. Afinal, quem paga a conta são seus próprios eleitores.
Diferenças e ironias à parte, não só os integrantes das entidades protetoras de animais, mas todos brasileiros deveriam se engajar num movimento de preservação da ética e da moralidade na condução da vida republicana, a começar pelo Parlamento brasileiro. Isto porque, se nossos parlamentares não têm revelado o mínimo de compromisso com a moralidade na condução da vida política republicana, não seremos nunca uma nação séria. Temos de reconhecer que o general Charles Degaulle tinha razão.
Pelo que se vê, o povo está indignado com tantas e tamanhas falcatruas travestidas de duvidosas legalidades. No entanto, a simples indignação não é suficiente. É preciso que o povo, de forma pacífica como aconteceu no processo de cassação do ex-presidente Collor, saia às ruas para protestar e dar um basta a essa farra de privilégios e de imoralidades.
Neste momento político tão corrompido em que vive a nação brasileira a CUT e a UNE, cujos dirigentes dizem representar os interesses dos trabalhadores e dos estudantes, bem que poderiam iniciar esse legitimo e necessário movimento em prol da moralidade. Porém, aparelhadas e sustentadas por vultosas verbas públicas, estas entidades estão hoje mais a serviço do poder governante em Brasília do que dos seus representados.
Por isso, só nos resta uma esperança: a militância dos integrantes das sociedades de proteção aos animais. Quem sabe se, em vez da farra do boi, o foco de controle recriminatório dessas entidades se volte para condenar e, quem sabe, acabar com a farra de passagens aéreas dos nossos deputados e senadores.
* João José Leal – Promotor de Justiça aposentado e Professor do CPCJ/UNIVALI.
Enquanto a população não tem educação, saúde, segurança, os nossos deputados e sua distinta família, estão viajando com nosso dinheiro para o exterior.
ResponderExcluirSerá que eles não sabem que estas passagens são destinadas para o deslocamento para o seu estado (vice-versa). Tenho certeza, se um doente pedir uma passagem a fim de fazer algum tratamento de saúde, ele terá o NÃO categórico do deputado que ele ajudou a eleger e agora está fazendo a farra com as passagens aéreas.
Olha, um AI 5 neste momento seria a glória do povo brasileiro, pois, com esta camarilha que está no Congresso, este ato resultaria numa economia para a nação brasileira!