6 de fev. de 2009

Walmor de Luca: “Estação sai na marra”

Área próxima ao manguezal e o rio Veríssimo, onde deve
ser construída a estação de esgoto (assinalado em preto).


“Vou fazer essa estação nem que seja na marra”, acaba de afirmar ao Sambaqui na rede, por telefone, o presidente da Casan, Walmor de Luca. Ele viaja em instantes para Dubai (Emirados Árabes) acompanhando a comitiva do governador Luiz Henrique da Silveira. Irritado com as manifestações contrárias à instalação da estação de tratamento de esgotos junto ao manguezal de Ratones, na Barra de Sambaqui, disse: “Se não querem esgoto não vão ter. Vão ficar com a merda lá. Querem que bote aonde?”

De Luca quer que as pessoas “parem de dizer besteiras”, se referindo ao empresário Carlos Estrella, residente na Barra de Sambaqui. “Ele me disse que não ia deixar fazer a estação. Ninguém é bobo”, afirmou, insinuando que Estrella estaria por trás das manifestações contra a ETE. “Vou fazer a estação na marra se for preciso”, creditando a “meia dúzia de interessados” as críticas à obra. “É por isso que as coisas não acontecem em Florianópolis”.

Presidente da Casan discursa no clube Avante.

Ele vai “fazer a estação, sim, para despoluir o mar. Não fui eu quem indicou esse local, quem indicou foi a ciência, a engenharia, a técnica. Me apontem uma outra alternativa que eu faço”, afirmou, um pouco mais calmo. Segundo ele, a água precisa seguir por gravidade e por esse motivo o antigo campo do Santa Cruz na Barra do Sambaqui é local mais indicado. Quando foi explicado a ele que a Barra fica numa uma bacia cercada por morros, respondeu: “Então eu não sei mais nada. Me apontem um local alternativo que eu faço”.

O presidente da Casan disse estar disposto a se reunir com os moradores e entidades da região para discutir o projeto de saneamento, “mas desde que apontem soluções melhores e viáveis”. Os participantes não poderão “dar palpites”, mas “falar daquilo que entendem”. Por fim, disse que “não vou me reunir para fazer agitação, mas para resolver o problema”.


Ibama exige o EIA-RIMA
Se a obra iniciar sem licença será embargada

Se a estação de tratamento de esgoto na Barra do Sambaqui começar a ser construída, os trabalhos serão embargados imediatamente pelo Ibama. A garantia acaba de ser dada pelo chefe da Estação Ecológica de Carijós, Apoena Figueiroa, uma vez que não foi expedida nenhuma licença ambiental para o início das obras. “Fizemos uma concessão no final do ano passado”, assinala Apoena, “para que fosse instalada uma parte da rede coletora, mais nada. Eles estavam querendo empurrar com a barriga, obter uma autorização aqui e ali, sem o licenciamento”.

Para iniciar a obra, cuja ordem de serviço foi assinada no último dia 14 de janeiro no clube Avante, em Santo Antônio de Lisboa, a Casan terá que apresentar um Estudo de Impacto Ambiental-Relatório de Impacto Ambiental (EIA-RIMA), o que ainda não aconteceu. “A Casan tem sido oficiada seguidamente para que não inicie a obra”, assinala Apoena.

A Resolução nº 13 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), assegura às unidades federais de conservação uma área de proteção nos 10 quilômetros nos seus entornos. No caso da Estação Ecológica de Carijós (manguezais de Ratones e Saco Grande), essa faixa de proteção inclui a Baía Norte de Florianópolis e todas as vertentes que desembocam nas áreas da unidade. Isso inclui a bacia do rio Veríssimo, entre outras.

De Luca e o prefeito Dário Berger mostram a ordem de serviço
das obras de saneamento, assinada no dia 14 de janeiro
no clube Avante. Ao lado o secretário estadual de
Coordenação e Articulação Valdir Vital Cobalchini.

Um comentário:

  1. porque q esse deluca não volta pra criciuma fazer merda lá?

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